quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O GFAU

Texto retirado do antigo site do gfau (http://www.usp.br/fau/antigo/gfau/index.htm)

O GFAU foi fundado no dia 5 de novembro de 1948, pelo mesmo grupo de alunos responsável pelo processo da fundação da FAUUSP.
No mesmo dia, em uma das salas do terceiro andar do prédio da antiga Escola Politécnica, na Av. Tiradentes, foi aprovado o primeiro estatuto do GFAU e eleita a primeira diretoria do grêmio, tendo como presidente o aluno Marcílio Martins.
Dada a participação dos alunos no processo de fundação da faculdade, os primeiros anos do GFAU mostraram uma grande preocupação com a formação do arquiteto e do próprio curso de arquitetura. O Grêmio passou a promover atividades culturais complementares ao currículo do curso, tais como viagens, exposições, mostras de cinema, concertos e palestras.
Dentro dessa preocupação destacou-se um grande interesse em relação à questão folclórica vinculada à cultura brasileira, que acabou levando à criação do Centro de Estudos Folclóricos, que mais tarde passou a se denominar Centro de Estudos Brasileiros.
O Centro de Estudos Folclóricos - CEF, a partir da influência de pessoas como Mário de Andrade, Luis Saia e Lúcio Costa, passou a incentivar a pesquisa e a documentação da arquitetura tradicional brasileira, mais especificamente, a arquitetura rural paulista.
É a partir do desenvolvimento do CEF e do crescimento da preocupação histórica dentro da FAU que se deu a criação de um Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto, até então inexistente. E até hoje podemos encontrar ex-membros do CEF como professores do Departamento de História, como Gustavo Neves da Rocha Filho, Benedito Lima de Toledo, João Walter Toscano e Júlio Katinsky.
Durante toda a década de 50 a atenção dos alunos, ou seja, do Grêmio, ficou voltada principalmente para as questões culturais mais gerais e para discussões sobre a produção arquitetônica da época, caracterizada por tendências muito diversas, presentes na FAU a partir de seus professores.
Já nas décadas de 50 e 60 promovia várias atividades e tinha grande participação política dentro e fora da faculdade e da Universidade. Nos porões da FAU Maranhão rolavam reuniões com muito samba e cachaça (que era o combustível dos estudantes da FAU).
A partir do início da década de 60 a questão política vai emergindo cada vez com mais força. Isso começa a ficar claro a partir do fórum de 1962, onde a atuação da Diretoria do Grêmio e dos alunos transformou o evento, inicialmente pensado como comemoração dos 10 anos de formatura da 1ª turma, em uma grande discussão sobre o currículo e os rumos da faculdade, porém direcionando esta discussão pelo seu caráter político, em relação à presença de correntes de direita e de esquerda dentro da faculdade.
Em 64, com o golpe, o GFAU perde a legalidade, assim como todos os outros centros acadêmicos. Aquela postura política do grêmio faz-se muito presente no fórum de 1968 e se acirra com a pressão da ditadura, o que faz com que muitos troquem a agremiação estudantil pela luta armada. A partir da década de 70, até meados da década de 80, o grêmio passou a ser objeto de disputa entre várias correntes políticas, tais como LIBELU (liberdade e luta), Partido Comunista e Movimentos Anarquistas.
Com a anistia, o retorno dos professores cassados pelo AI-5 motivou novamente uma atividade, impulsionada por esta retomada de uma visão progressista que se tentava recolocar na faculdade. a desestruturação do GFAU mais grave acontece a partir de 1983. A reestruturação do grêmio só vai ocorrer no final da década de 80, com um grupo de alunos que retoma a preocupação do grêmio enquanto representante dos alunos e de seus interesses dentro da FAU.
Novamente, o GFAU passa por maus períodos no meio da década de 90, quando volta a se desarticular e apenas sobrevive burocraticamente. Como já de costume, alunos ingressantes na faculdade retomam-no e o grêmio volta à ativa. Você já pode perceber que é de grande importância a atuação dos alunos ingressos na faculdade, que são o sangue novo que de hora em hora revitaliza o GFAU. Por isso, não demore, freqüente o grêmio, tome ciência dos acontecimentos, dos eventos, proponha!, discuta!, enfim, participe! o grêmio existe para os alunos e pelos alunos!

Danilo Hideki

Nenhum comentário: