sábado, 23 de fevereiro de 2008

AULA ARQUITETO ANDRÉ TAKIYA

da produção coletiva e pública
do convênio escolar e nascimento de edif, o departamento de
edificações da prefeitura municipal de são paulo
do ensino de arquitetura
das possibilidades.

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25 fevereiro 09h
piso do museu


as engenhosidades anônimas quase que são a base de construção de
pindorama. e são populares, não populescas. não pitorescas.

arquitetura anônima não é puxadinho, é conhecimento acumulado e
empírico; o filho aprendeu com o pai que aprendeu com o avô e eis a
técnica que funciona muito mais que muito design famoso, e mais que
isso: emociona.

é claro que não nos cabe buscar em vão algum artesanato ou reproduzir
arquitetura de adobe, ou construir com bambu como os pescadores de
alguma praia onde a energia elétrica ainda não chegou. a verdade é
que, como lina bo, como mário de andrade, temos de recuperar essa
espécie de folclore, antes de o termo se tornar besta, e tomarmos de
referência séria. não através da forma final, mas da precisão com que
é feito, da generosidade, do uso exato dos materiais. e aí, quiçá,
construirmos as bases para uma nova civilização que já não faz (ou não
deveria fazer) mais questão de se orgulhar de ter aberto as perninhas.
que não acredita (ou não deveria acreditar) mais que os parisienses
são seres humanos que pairam acima de nós.

daí que como contribuição na formação dos cidadãos brasileiros - os
verdadeiros brasileiros - não se trata de mostrar o ego do arquiteto,
assinado por essa ou aquela carambola. mesmo que no discurso seja até
cabível, a referência formal à carmem miranda colonizada não basta.

e estão aí, tanto quanto a engenhosidade das pipas dos moleques, os
cogobós do parque guinle, a circulação avarandada dos ceus, os buracos
na caixa de concreto do sesc pompéia.
obviamente, depois de um tempo, sabemos reconhecer que esse traço é
característica desse ou daquele arquiteto; mas a título de sutileza e
não assinatura. o sentimento das crianças que andam pelo pedregulho é
sempre muito mais importante que a nome do projetista. e eles também
entendem isso. fazer uma arquitetura autoral, nesses tempos, é, de
ridículo, até engraçadinho, como se o inventor do pião patenteasse o
brinquedo.



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